traulitadas @ 11:44

Ter, 24/01/06

Aparentando um ar cansado sentou-se. O dia apesar de não ter sido nada cansativo sentia-se com se tivesse feito o mais duro dos trabalhos. Ansiava por momentos de relaxe, de contemplação até.
Nada fazia crer que tudo o que fez fosse assim tão importante, limitou-se no seu dia a fazer o que todos os dias faz. Rotineiros, assim eram os seus dias. À hora marcada efectuava a sua tarefa, que de tantas vezes a fazer foi perdendo importância, já não fazia sentido.
Ansiava no momento em que acordava que um novo dia surgisse, um dia com algo de novo.
No momento em que sentou para descansar ao invés de relaxar, stressou… com o facto de se sentir impotente para mudar o seu dia. Os dias de sonho constante, com novos planos para o futuro deram lugar a lamentações constantes que o levavam a um desespero interior cada vez mais difícil de impedir a sua exteriorização.
O ar cansado com o passar dos dias foi dando lugar a feições tristes, indisfarçáveis.
Pensou em tirar férias. Não as tirou por falta de coragem.
Á tristeza se juntou a falta de coragem num somatório de sentimentos que o corroíam no interior.
Mudar era o que precisava; pensava ele. Como? Questionava. Que riscos posso, quero e vou correr? Perguntas em catadupa, resposta? Bem, essa não a tinha.
Á tristeza se juntou a falta de coragem á qual se somou a ausência de respostas.
Voltou a pensar em férias, até pensava se boa ideia, só que; estaria a fugir do problema temporariamente? Na volta estaria lá na mesma forma e conteúdo. Mas no fundo qual seria o seu problema? A rotina? As tarefas que executou com alegria, mas agora não a sente?
Á tristeza se juntou a falta de coragem á qual se somou a ausência de respostas, onde por mais uma soma se juntou a dúvida da origem do seu problema.
Tudo ficou na mesma e á hora marcada lá estava no seu posto de trabalho a executar da mesma forma as mesmas tarefas de sempre, com um ar triste é certo, mas executava-as com o profissionalismo de sempre.
Á tristeza se juntou a falta de coragem á qual se somou a ausência de respostas, onde por mais uma soma se juntou a dúvida da origem do seu problema, ao qual somou o seu profissionalismo, resultando em mais um dia de trabalho como aqueles que já tinha percorrido nos seus 56 anos de vida.


Porque nem sempre tudo tem que fazer sentido!!!
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