traulitadas @ 12:06

Qui, 03/11/05

A água estava quente, as bolachas em cima da mesa num prato florido próprio para a ocasião.
Era sempre assim quando recebiam visitas. Mas naquele dia Paulo e Joana estavam mais preocupados com o que iriam receber do que tudo aquilo que poderiam oferecer.
Por aqueles meses anteriores aquela família tinha sido colocada à prova em toda a sua essência. Toda a estrutura familiar tinha sido abalada por noticias não muito agradáveis, as noticias que tinham recebido não eram de todo agradáveis.
Paulo no seu estilo mais contido faziam um enorme esforço no sentido da manutenção do equilíbrio emocional familiar.
Joana por sua vez, impulsiva e decidida mas inconstante e de forma fácil deixava que o desespero tomasse conta dela, não reagindo com a calma e clarividência necessárias para a boa solução dos seus tormentos.
Tudo se precipitava para aquela visita que poderia mudar o rumo das suas vidas. O nervosismo era por demais evidente; disso era prova o silêncio constrangedor que por aquelas paredes se fazia sentir. Toda a alteração à quietude era sentida como um percalço que poderia alterar a ordem das coisas tão pormenorizadamente planeadas. Nada podia falhar.
Lá fora a chuva fazia-se sentir de forma constante e inquietante. Era suposto que fosse verão mas naquele dia estava a chover. Bom sinal pensava Paulo que via naquela alteração à ordem normal das coisas um sinal de mudança. Mau sinal pensava Joana pela razão inversa.
A dualidade de espíritos os inquietava; era importante que todas as sinergias estivessem canalizadas em prol do seu objectivo.
A hora aproximava-se de forma lenta e agoniante, os minutos pareciam dias. A impaciência passava a ser o sentimento dominante.
Onde moravam o movimento rodoviário era diminuto, logo seria fácil detectar a chegada da visita. O silencio imperava dentro e fora da casa. Joana faz uma ronda rápida pela casa verificando se tudo está em ordem, na ordem normal das coisas.
Paulo mantém-se sossegado, na esperança de que o destino lhes tenha guardado uma boa notícia para aquele dia. E assim ficou até à hora marcada.


Porque nem sempre tudo tem que fazer sentido!!!
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